Motivado pelo novo Tracker, VW T-Cross 2021 melhora custo-benefício. Dois SUV compactos são os concorrentes mais diretos hoje em dia no segmento!
agosto 13, 2020Por: César Tizo
Enquanto a concorrência não traz novidades relevantes entre os SUVs compactos, é correto apontar, por uma série de razões, que Volkswagen T-Cross e Chevrolet Tracker despontam como os modelos mais sintonizados com o que grande parte dos consumidores espera encontrar em um representante da categoria. A dupla conta com motores eficientes, bom espaço interno, um nível diferenciado de equipamentos, entre outros atributos.
Há mais tempo que o Tracker no mercado, o T-Cross usou esses argumentos para contar com um preço muitas vezes superior em relação a diversos concorrentes. Projeto que compartilha com os novos Onix e Onix Plus não só a plataforma, mas também a premissa de entregar o maior valor agregado nos segmentos em que estão inseridos, o Chevrolet Tracker inegavelmente chegou ao mercado em março deste ano com preços bastante convidativos.
Não por acaso, a Volkswagen esperou a apresentação do rival e o seu impacto junto ao público para rever de uma forma mais assertiva o custo-benefício do T-Cross a partir de sua linha 2021.
Com isso, o T-Cross 200 TSI manual recebeu como principal destaque em sua atualização de ano/modelo a nova central multimídia VW Play, porém o preço continua elevado se comparado ao Tracker 1.0 manual. Tabelado em R$ 91.660, o T-Cross de entrada é R$ 4.170 mais caro do que o Chevrolet com mecânica equivalente. Assim como o T-Cross manual, o Tracker mais acessível já sai de fábrica com central multimídia e o sensor de estacionamento traseiro. Lembrando que 6 airbags e os controles de tração e estabilidade também são de série na dupla, um elogiável compromisso das duas marcas com um padrão mais elevado de segurança.
Mas foi na versão imediatamente acima da manual que o T-Cross 2021 trouxe boas evoluções, muitas delas claramente motivadas pelo Tracker LT 1.0 Turbo (R$ 95.890). O VW na opção 200 TSI automática (R$ 99.090) passa contar na linha 2021 com piloto automático, saídas do ar-condicionado para os ocupantes do banco traseiro acompanhadas por duas entradas USB para recarga de dispositivos eletrônicos, descansa braço central com porta-objetos e 2 alto-falantes dianteiros adicionais. Não por acaso, todos esses recursos já estavam disponíveis no Tracker mais completo com motor 1.0 turbo.
O Chevrolet ainda mostra os diferenciais de sua proposta focada no maior valor agregado ao oferecer também para a versão LT 1.0 Turbo recursos como a chave presencial (ausente no T-Cross 200 TSI automático), start-stop e o fato de já sair de fábrica com câmera de ré. Colocar esse equipamento no T-Cross 200 TSI automático exige que você leve também as rodas de liga leve aro 17”, sensor de estacionamento dianteiro e o mecanismo de rebatimento elétrico dos retrovisores, recursos que compõem o pacote chamado “Interactive IV”. Até o momento a VW não informou o valor do kit opcional citado, mas certamente ele vai projetar o preço do T-Cross para uma esfera bem acima do Tracker LT 1.0 Turbo.
O motor 1.0 TSI presente no Volkswagen tem como importante diferencial a presença da injeção direta, o que aprimora seus números de potência e torque máximos (128 cv/20,4 kgfm) em relação ao Tracker 1.0 Turbo (116 cv/16,8 kgfm), favorecendo também o desempenho. A grande questão é que o custo de manutenção de um motor como o 1.0 TSI pode ser maior dependendo do reparo a ser feito, como a própria substituição dos bicos injetores no longo prazo. O Tracker, mesmo com injeção indireta, mostra-se ligeiramente mais econômico que o T-Cross 200 TSI, alcançando parciais de até 11,9 km/l na cidade e 13,7 km/l na estrada com gasolina, enquanto o VW registra 11 e 13,5 km/l, respectivamente.
Subindo o patamar para bem acima dos R$ 100 mil, o T-Cross Comfortline 2021 (R$ 112.120), versão que conta com boa procura do público, traz como destaque a presença do painel de instrumentos digital, tecnologia que a Chevrolet não aplicou na nova geração do Tracker. A marca norte-americana, contudo, usou de uma estratégia inteligente ao trazer para o mercado o Tracker LTZ (R$ 106.490) com motor 1.2 sobrealimentado, que oferece nível de performance um pouco superior em relação ao 1.0 TSI também presente no T-Cross Comfortline. Para alguns consumidores, isso pode ser um diferencial relevante. Bem mais barato que o VW, o Tracker LTZ fica devendo em relação ao T-Cross Comfortline recursos como o ar-condicionado automático digital, sensor de estacionamento dianteiro, rebatimento elétrico dos retrovisores, sistema de iluminação ambiente e o seletor do modo de condução. O Chevrolet, entretanto, rebate com a presença do revestimento interno dos bancos mesclando couro e tecido (somente tecido de série no T-Cross Comfortline) e o alerta de pontos cegos, assistente de condução bem interessante para aprimorar a segurança ao volante.
Por fim, um ponto em que T-Cross 2021 e Tracker convergem é o preço de suas configurações topo de linha, ambas gravitando em R$ 120 mil. Apenas incorporando o revestimento interno de couro como um item mais relevante, o grande destaque do T-Cross Highline 2021 segue o motor 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm de torque. Com um desempenho equiparado apenas pelo Honda HR-V Touring (R$ 141.300), o T-Cross Highline indiscutivelmente é a melhor opção para quem deseja um nível de performance superior em seu SUV compacto. O Tracker Premier, por sua vez, usa como estratégia de convencimento o destacado conjunto de itens de série. Ele é composto por itens como o alerta de colisão com frenagem autônoma de emergência, assistente de estacionamento, carregador de smartphones por indução, teto solar panorâmico, entre outros. Um T-Cross Highline quase tão equipado quanto o Tracker Premier, contudo, custa quase R$ 10 mil a mais.