Novo Mercedes Classe C 2022 eleva padrão com muito luxo e até controla sua casa.
fevereiro 23, 2021Geração W206 adota eletrificação como regra, mas perde icônica estrela saliente no capô
Depois de se tornar parcialmente conhecido através de teasers e flagras, o novo Mercedes-Benz Classe C 2022 finalmente é oficializado pela Daimler. Identificado pelo codinome W206, o modelo passa a ser construído sobre a plataforma MRA (Modular Rear Architecture, projetada para veículos com tração traseira ou integral), cresce e já nasce totalmente pronto para eletrificação. A inspiração no Classe S é clara, tanto visual quanto tecnologicamente.
A chegada da nova geração é estratégica, tendo em vista a enorme importância comercial da família C para a marca. Não à toa, o sedã é o carro-chefe da empresa em diversos mercados globais. Só a geração que agora se aposenta, lançada em 2014, vendeu mais de 2,5 milhões de unidades. A China é desde 2016 o maior mercado do modelo, seguida por Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido.
Galeria: Mercedes-Benz Classe C 2021
Visualmente, os elementos da mais recente linguagem de design da Mercedes estão presentes, mas sem grandes rupturas. Referências do Classe A, Classe E e do topo de linha Classe S são facilmente perceptíveis. Os faróis têm aparência angular na dianteira e lanternas que agora estão dispostas horizontalmente na traseira, divididas pela tampa do porta-malas. As rodas também foram redesenhadas e, dependendo da versão, podem ser de 17, 18 ou 19 polegadas.
Os fãs mais tradicionais certamente não irão gostar, mas a emblemática estrela posicionada no capô foi aposentada. Agora, o logotipo de três pontas vai sempre na grade, independentemente da configuração. É destaque ainda o acerto bem resolvido da variante perua, apresentada nas fotos em um chamativo tom de azul.
A adoção da nova plataforma rendeu mudanças importantes nas medidas. No total, são 4,75 metros de comprimento (ganhos de 6 cm), 1,82 m de largura (acréscimo de 1 cm) e 1,44 m de altura (basicamente a mesma). A distância entre-eixos saltou para 2,86 metros (aumento de 2 cm), com reflexos diretos na oferta de espaço para os passageiros do banco traseiro (especialmente em partes como joelhos, ombros e cotovelos). O porta-malas leva 455 litros no sedã e 490 ou 1.510 litros na perua.
Na cabine, o novo padrão tecnológico da marca, ditado pelo Classe S, foi seguido à risca. O quadro de instrumentos totalmente digital está disponível em versões (10,25 ou 12,3 polegadas) e pode ser equipado com recursos como efeito 3D e mega head-up display com função de realidade aumentada. Por sua vez, a central multimídia fica posicionada agora na vertical e possui telas que podem ser de 9,5 ou 11,9 polegadas.
Já o sistema de entretenimento MBUX roda agora em segunda geração, ainda mais avançado e inteligente. Segundo a marca, o assistente de voz “Hey Mercedes” está programado para proporcionar maior interação nos diálogos e é capaz até de reconhecer os ocupantes individualmente pela voz. Outra novidade é a função “casa inteligente”, que torna o Classe C o centro de controle móvel da residência do proprietário.
Dependendo da situação, é possível monitorar temperatura, iluminação, persianas e dispositivos elétricos. Detectores de movimento e sensores fornecem informações sobre visitantes desejados ou indesejados. “Ei, Mercedes, tem alguém na minha casa agora?” “Eu verifiquei. O último movimento detectado foi na cozinha há uma hora”. Atualmente, os dispositivos externos que suportam essas funções são fabricados pela Bosch Smart Home e Samsung SmartThings.
Mecanicamente, a eletrificação dá o tom da nova geração. Nesse ponto, o destaque fica por conta do sistema híbrido-leve de 48 volts EQ Boost, que utiliza um motor elétrico denominado ISG. O dispositivo recupera energia durante frenagens e a armazena em uma bateria compacta de íon-lítio. A energia é devolvida ao ISG para, quando necessário, fornecer força extra ao motor tradicional de combustão.
Falando em combustão, o propulsor protagonista é o novo M254 2.0 turbo de 4 cilindros. Entrega 258 cv de potência e equipa sempre as versões C300. As variantes C180 e C200 têm motor 1.5 turbo de 170 cv e 204 cv, respectivamente. Também vêm equipadas com mesmo sistema híbrido-leve do motor maior. Em comum, todas trabalham em conjunto com o câmbio automático de 9 marchas e, opcionalmente, tração integral 4Matic.
A gama diesel, exclusiva da Europa, é formada pelas versões C200d, C220d e C300d com 163 cv, 200 cv e 265 cv, respectivamente. Assim como nas configurações a gasolina, o sistema ISG é capaz de fornecer até 20 cv de potência extra quando necessário. A transmissão também é automática de 9 marchas.
O portfólio terá ainda uma versão híbrida do tipo plug-in, equipada com motor 2.0 turbo a gasolina em associação a um propulsor elétrico. A potência conjunta será de 313 cv, com torque de 56 kgfm. No modo elétrico, é possível rodar a velocidades de até 140 km/h. A autonomia neste caso é de 100 km. Já a bateria de 25,4 kWh pode ser recarregada em apenas 30 minutos em tomadas rápidas.
Outra novidade do C 2022 é a capacidade de esterçamento do eixo traseiro. Em velocidades acima de 60 km/h, as rodas traseiras giram até 2,5° na mesma direção que as dianteiras. Já em velocidades menores, o movimento acontece na direção oposta. É um recurso a mais para garantir segurança e estabilidade, juntamente com toda a série de dispositivos de assistência à condução.
Quando chegar ao mercado, ao longo de 2021, a família C será fabricado nas plantas de Bremen (Alemanha) e East London (África do Sul). A fábrica de Iracemápolis, no Brasil, não receberá a nova geração, já que foi recentemente fechada. O modelo, portanto, virá ao nosso mercado como importado em 2022 ou, na melhor das hipóteses, no fim deste ano.
Fonte: Mercedes-Benz