Apesar de vendas em alta, Troller produz o último jipe T4.
outubro 13, 2021Fábrica no Ceará seguirá aberta até novembro para produzir peças de reposição, mas Ford já afirmou que não pretende se desfazer da marca.
Entre tantos erros de estratégia da Ford nos últimos anos, entre eles o de se desfazer das marcas Volvo, Land Rover e Jaguar (e que hoje fazem sucesso nas mãos de outros donos), está o fim da marca de jipes Troller.
Adquirida de seus criadores brasileiros em 2007, a empresa passou a receber investimentos da montadora norte-americana em seu modelo T4, que até então era vendido com componentes de diversos outros veículos.
Parecia o começo de uma nova era para a criação nacional, mas mesmo com boas vendas, a Troller entrou no pacote de enxugamento da Ford no Brasil, juntamente com a produção dos modelos Ka e EcoSport.
A ironia é que o T4 tem tido uma demanda significativa neste ano, talvez impulsionada até pelo fim anunciado. Até setembro, foram emplacados 1.027 jipes, contra 752 unidades no mesmo período de 2020.
Mas agora é tarde já que o último veículo foi produzido recentemente, como mostram imagens que circulam em redes sociais desde a semana passada.
Sem abrir mão da marca
A fábrica de Horizonte, no Ceará, seguirá em funcionamento até novembro, segundo anunciou a fabricante, a fim de providenciar um estoque de peças para a frota de T4 que está em circulação.
Apesar disso, o T4 Connect, última versão à venda, segue sendo oferecido no site da marca, pelo preço sugerido de R$ 198.400.
A despeito da demanda respeitável, da admiração de seus clientes e do interesse de outros grupos em dar continuidade ao legado iniciado em 1995, a Ford desistiu de se desfazer da marca Troller.
A unidade cearense deverá ser vendida, mas os direitos sobre os veículos não estarão incluídos. O que a direção da gigante dos EUA pretende fazer com a Troller ninguém sabe. O que é certo é que se trata de mais uma demonstração de falta de visão da Ford, que parece mais preocupada com seus problemas do que em pensar em seus clientes.
Diante do abandono repentino dos milhares de proprietários de seus modelos nacionais, a atitude não chega a surpreender.