Arena MRV promete experiência inovadora.

Arena MRV promete experiência inovadora.

junho 15, 2022 Off Por motoractionbrasil

Clube buscou referências em todo o mundo para trazer modernidade e conectividade para o espaço; cinco eventos-teste a partir de março de 2023 irão inaugurar arena.

Arena MRV promete experiência inovadora.
Estádio terá mais de 20 elevadores e rampas de acesso; na parte externa, haverá um centro de línguas integrado, um anexo de unidade básica de saúde e também uma academia da cidade | Crédito: Ana Carolina Dias

Assistir a uma partida de futebol é, por si só, uma experiência emocionante. E é essa palavra – experiência – que está no eixo da construção de um estádio pensado para transformar a vivência de torcedores e visitantes. 

Arena MRV, espaço que a partir de 2023 sediará os jogos do  Clube Atlético Mineiro, o Galo, é inspirada na conectividade e modernidade de campos do mundo inteiro, o que torna o centro de eventos uma promessa para a massa mineira apaixonada pelo esporte. 

PUBLICIDADE

O protagonismo do futebol estará firmado sob os bastidores de uma máquina que, há dois anos, dribla dificuldades econômicas e aquelas impostas pela pandemia da Covid-19 para levantar um gigante já visível em diversos pontos da capital mineira. 

Até o momento, as obras receberam investimentos de R$ 650 milhões e devem chegar ao montante final de R$ 900 milhões. Mas o que será que está por trás de cifras tão expressivas? 

Essa é uma pergunta simples de responder, principalmente para aqueles que já visitaram o espaço. Com uma área de 192 mil metros quadrados, o estádio terá a capacidade de receber 46 mil torcedores – média de público presente em jogos do Atlético, com exceção de finais e partidas de campeonatos como a Libertadores.

No entanto, os números não representam, por si só, o que foi investido e o que se é esperado. Mais uma vez, são as experiências. Conforme explicou o CEO da Arena MRV e diretor do Clube Atlético Mineiro, Bruno Muzzi, o espaço foi pensado para atender com fluidez os torcedores, possibilitar uma visão livre de pilares e outros empecilhos e com um forte trabalho para a inclusão efetiva das pessoas com deficiência (PcD)

Mais de 20 elevadores de grande porte e várias rampas estão estruturados para tornar o espaço mais acessível e confortável. Contudo, a obra não beneficiará apenas os apaixonados pelo clube. 

Enquanto contrapartida exigida pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o estádio contará, em sua esplanada (parte exterior ao campo e à arquibancada) com um centro de línguas integrado, um anexo da unidade básica de saúde do Bairro Califórnia, onde o estádio foi erguido, e uma academia da cidade – aquelas em que a população tem à disposição equipamentos para praticar exercícios físicos. 

Esses espaços de utilização social serão operados pela própria Prefeitura. Diariamente, a comunidade local também terá acesso a uma pista de caminhada e a uma ciclovia, ambas integradas à esplanada. https://www.youtube.com/embed/1qz0Q2-d6pg?feature=oembed&enablejsapi=1

Conectividade nos jogos

Um dos grandes diferenciais do espaço é a disponibilidade de conexões à internet via Wi-fi gratuito, algo disruptivo em comparação com outros estádios brasileiros, mas que já é uma realidade em países desenvolvidos. A visita mais recente de Muzzi aos Estados Unidos teve justamente esse propósito: trazer o que há de mais moderno para a nação atleticana. 

“A conectividade é o coração do estádio. Porque é a partir dela que eu vou customizar as experiências dos torcedores. A ideia é ter Wi-fi para todos. O que eu vi na minha visita aos Estados Unidos é que os usuários conseguem comprar alimentos antes de chegar ao estádio, ingressos para as partidas e shows que acontecem. E é a partir do uso dessa rede de Wi-fi que teremos os dados para entender o que cada torcedor prefere e melhorar essas vivências”, apostou Muzzi.

Essa conexão será possível graças a um super aplicativo por meio do qual os torcedores conseguirão acessar informações importantes das partidas e eventos. Com o desenvolvimento em curso, o CEO da Arena MRV revela que a fase de testes abertos deve ter início em meados de setembro. 

O aplicativo é uma das etapas que o Atlético precisa cumprir até a inauguração. Para que o estádio esteja liberado para receber os torcedores e visitantes, a Arena MRV realizará cinco eventos – os quais os ingressos já estão disponíveis para a comercialização -, sendo o de abertura no dia 25 de março, quando o clube completará 115 anos. Até 27 de maio, outros testes devem ser feitos, com destaque, ainda, para um amistoso que pretende realizar com um time europeu. 

Arena MRV promete experiência inovadora.

Sustentabilidade

Assim como a conectividade, práticas sustentáveis também foram priorizadas. Com iluminação do tipo LED, Muzzi afirmou que eventuais quedas de energia não irão provocar aquele efeito demorado para o reacendimento, como é o caso das halógenas – também conhecidas pelo alto consumo energético.

Somada à iluminação mais econômica, característica da tecnologia escolhida, o estádio também contará com a captação de água de chuva para reaproveitamento na limpeza de áreas comuns, nos mictórios e coleta seletiva para tratamentos de resíduos sólidos. Outro ponto priorizado foi a compra de equipamentos com o selo Procel de eficiência energética, o que garante equipamentos mais adequados ao consumo.

Estádio multiúso

Um estádio que nasceu também para revolucionar as opções do mercado de eventos belo-horizontino e mineiro. O co-fundador e presidente da MRV Engenharia, Rubens Menin, responsável pela doação do terreno onde a arena está sediada, afirma que a ambição é, desde o início, que o espaço seja o mais tecnológico do Brasil. 

“A Arena MRV será a mais moderna e inteligente opção para o produtor de eventos que tiver interesse em realizar shows em Belo Horizonte. Pensamos, desde a concepção do projeto arquitetônico, um equipamento multiúso que auxilie o produtor. Para exemplificar, teremos quatro acessos para o campo de jogo com 10 metros de largura que permitirão que uma carreta entre para uma montagem e desmontagem mais ágil de eventos. Além da agilidade, haverá uma diminuição no custo para o produtor com essa possibilidade de acesso mais facilitado ao gramado”, afirmou Menin.

Neste ponto, Rubens Menin destacou que a associação da marca da construtora e plataforma de habitação MRV a um novo estádio e espaço cultural, que terá capacidade de atrair shows, congressos e eventos nacionais e internacionais, tem potencial de elevar não só a capital mineira no mapa de grandes eventos, mas a própria empresa agregadora. 

Neste ponto, vale ressaltar que a MRV não é a responsável pela construção da Arena MRV, e sim a Racional Engenharia, vencedora da licitação para a empreitada. O apoio com a compra dos naming rights, que custou R$ 60 milhões à empresa, é uma forma de a família apoiar o clube pelo qual tem uma relação pessoal no esporte. 

Relação da MRV com o esporte

O CEO da MRV, Rafael Menin, destacou que essa relação com o esporte é antiga, iniciada há mais de 20 anos, quando a construtora investiu no vôlei. Desde então, os esforços são contínuos para investir no desporto. No futebol, essas iniciativas começaram há cerca de 16 anos, e o objetivo é aproximar relacionamentos e fortalecer vínculos com a comunidade local, considerando uma base de 9 milhões de fãs do Atlético.

“O Marketing tem várias nuances. Nós temos o Marketing voltado para o produto, que não é o caso, e o de formação de marca,  e nele nós queremos que a marca seja percebida como jovem, ligada ao esporte e participativa na sociedade que a gente atua. Ele faz parte de um hall de ações de longo prazo para o fortalecimento da marca”, explicou Rafael Menin, que também é vice-presidente do Conselho Deliberativo do Clube.

Outras marcas que até o momento já se juntaram no setor de naming rights do clube são a Brahma, a ArcelorMittal e a Fassa Bortolo (fabricante de argamassas e rejuntes) — esta última responsável por dar nome a um centro de experiências que já recebe centenas de atleticanos para uma imersão sobre o futuro do estádio, o passado de conquistas e momentos marcantes do time. 

Além desse espaço, a Arena MRV abrigará o Museu do Atlético, em uma área de 1.400 metros quadrados. 

Arena MRV promete experiência inovadora.
Sinduscon-MG estima que obra tem potencial para gerar até R$ 271 milhões em benefícios salariais | Crédito: Ana Carolina Dias

Economia e desafios

Um estádio desse porte transforma toda a região. Hoje, a organização da Arena MRV estima que entre 900 e 1.000 trabalhadores aplicam esforços para as etapas que ainda separam o torcedor do tão sonhado estádio próprio.

Estudos do Sindicato da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG) estimaram que o investimento total – à época calculado em R$ 450 milhões – demandaria a geração de 4.180 empregos diretos e outros 2.090 indiretos naqueles setores envolvidos no fornecimento de insumos, além de outros 6.665 empregos induzidos em toda a economia. 

O número é quase formatado para o clube: 13 mil novas ocupações potenciais até o término das obras — considerando que, no “jogo do bicho”, o 13 é Galo. 

Em termos de renda direta, o Sinduscon-MG estima que  a obra tem potencial de gerar até R$ 271 milhões em benefícios salariais, rendimentos de autônomos, lucro da empresa e impostos sobre a produção — valores que podem aumentar a depender da economia e da atualização dos valores. 

Entre os desafios vividos até o momento pelo clube, o CEO da Arena MRV, Bruno Muzzi, lembra que a pandemia da Covid-19 e a crise global de fornecimento de insumos e encarecimento de commodities causou um aumento entre 15% e 20% do custo dos materiais de construção, algo que poderia ter sido 60% maior caso a estratégia de estocagem de produtos não tivesse sido pensada. 

Um dos últimos desafios enfrentados neste momento é a desapropriação de casas e a liberação para a construção de um anel viário, que também é uma das condicionantes impostas pela Prefeitura de Belo Horizonte para a construção do estádio. 

A alça deve ligar a rodovia para escoar, principalmente, o trânsito de torcedores e visitantes que chegarão ao espaço pela Via Expressa em dias de jogos e eventos.

Torcedores também contarão com 2.300 vagas de estacionamento dentro do estádio. Muzzi enfatizou, no entanto, que o valor parece pouco perto da capacidade, mas é uma forma de incentivar o uso do transporte público e ou coletivo. Ele destaca, por exemplo, que o metrô está a três quilômetros da Arena MRV. 

A liberação do anel não deve, no entanto, atrasar as obras. Muzzi garante que as conversas estão adiantadas junto aos órgãos públicos municipais.

Serviço

Confira aqui a localização do estádio.

Arena MRV promete experiência inovadora.
Crédito: Ana Carolina Dias