
Como avaliar as primeiras corridas de Bortoleto na F1?
abril 13, 2025Desempenho bom, ruim ou médio?

A primeira parte da temporada 2025 da Fórmula 1 já se passou, três das 24 etapas já foram disputadas, quatro das 30 corridas e classificações já realizadas. E como o brasileiro Gabriel Bortoleto se saiu neste começo de carreira na principal categoria do automobilismo mundial?
As expectativas pelo retorno do Brasil ao grid da Fórmula 1 eram altas e, com o currículo que Bortoleto acumulou antes de sua chegada à categoria, com os títulos da Fórmula 2 e da Fórmula 3, deixaram todos ainda mais animados com o potencial da carreira do brasileiro. Porém, era preciso (e ainda é preciso) manter os pés no chão.
Gabriel chega à F1 através da Sauber, que tem hoje, inquestionavelmente, o carro mais fraco do grid. Em 2024, quando Mattia Binotto chegou para assumir o cargo de CEO da equipe, substituindo o ex-McLaren Andreas Seidl, ele afirmou que encontrou uma equipe parada, sem condições de avançar. Os motivos eram vários.
Mesmo com a aquisição total da equipe pela Audi, esse processo foi sendo realizado ano a ano, e os rumores sobre uma possível saída da Audi, mesmo antes de sua entrada, impediu o que poderia ser um avanço em preparação para 2026. Muitos nomes de peso foram sondados pelo time de Hinwil, mas, com a incerteza pairando no ar, poucos aceitaram se unir ao projeto.
Some isso ao fator limitante do salário. O custo de vida na Suíça é um dos mais altos do continente europeu e, com o pagamento dos funcionários incluso dentro do teto orçamentário da categoria, ficava difícil para a Sauber oferecer condições que competissem com as rivais. A solução para isso está chegando: em 2026 o teto orçamentário virá com uma cláusula de ajuste para o custo de vida dos países de cada time.

Esses fatores se refletiram na contratação recente de nomes importantes, como o ex-Red Bull Jonathan Wheatley como chefe de equipe, tendo feito sua estreia oficial no último fim de semana, em Suzuka.
Mesmo com um cenário mais positivo, as mudanças não vieram a tempo para modificar a ordem de forças do grid de 2025, deixando a Sauber no pelotão do fundo. Sem condições reais de brigar por vagas no Q3 da classificação ou pontos nas corridas, exceto em situações excepcionais, a grande tarefa de Bortoleto neste primeiro ano era aprender como funciona a F1 e, na medida do possível, tentar andar o mais próximo de seu companheiro de equipe, o experiente Nico Hulkenberg.

A expectativa para este começo de ano via o brasileiro iniciando o campeonato atrás de Hulkenberg, passando a se aproximar do alemão aos poucos e conseguindo superá-lo nas sessões mais próximas do fim do campeonato.
Por : Paula Carvalho
Fonte: Motorsport