Grupo Inpasa investe R$ 100 milhões na compra de vagões e locomotivas.
maio 19, 2023Com a aquisição, a empresa deixará de emitir 60% nas emissões de CO2 em relação ao modal rodoviário.
O Grupo Inpasa vai mais que dobrar a capacidade de movimentação de Etanol no modal ferroviário, elevando o volume total transportado para 1,01 bilhão de litros ao ano. Para isso, a empresa adquiriu 50 vagões e 2 locomotivas, em um negócio ao redor de R$ 100 milhões, que serão operacionalizados pela Rumo, maior operadora de ferrovias do Brasil.
Atualmente, o grupo entrega Etanol para 23 estados brasileiros e outros quatro continentes, por meio dos modais rodoviário, dutoviário, fluvial, marítimo e ferroviário. Com a aquisição de vagões próprios, a empresa além de ampliar a distribuição por trilhos, vai reduzir em até 60% as emissões de CO2.
Operação Rumo
Os vagões e locomotivas serão operados pela Rumo pelo prazo de 10 anos, durante o período de locação da Inpasa, e após esse período a concessionária terá um ativo para uso por 30 anos.
Os materiais rodantes devem trafegar no trecho entre Rondonópolis (MT) e Paulínia (SP), percorrendo aproximadamente 1,2 mil km, até chegar em um dos maiores mercados consumidores de combustíveis do Brasil – São Paulo. O trecho a ser percorrido pela via ferroviária representa 17 mil viagens de caminhões por ano nas estradas do país.
O grupo é responsável por 10% do mercado nacional brasileiro de Etanol, o que corresponde a 5,9 milhões de automóveis abastecidos. Além disso, são 100 milhões de litros exportados ao ano com certificação EU RED para todos os países da União Europeia e Japão.
“Por meio da ferrovia, vamos otimizar o custo logístico e dar mais segurança ao transporte e entrega aos clientes”, afirma o diretor comercial de Etanol da Inpasa Brasil, Gustavo Mariano Oliveira.
Oportunidade a partir da viabilização da estrutura logística
Para a Rumo, este é mais um importante passo para a agenda de crescimento da Companhia e para contribuir com a viabilização da infraestrutura logística e a redução de custo de transporte da Inpasa, que já é parceira da concessionária desde 2021.
“Estamos falando de um modelo inovador que decidimos estabelecer com nossos parceiros desde 2022”, afirma o Vice-Presidente Comercial da Rumo, Pedro Palma. “A partir desta operação conjunta, colocaremos em operação um modelo de negócio capaz de proporcionar cadência e previsibilidade no suprimento de etanol da Inpasa para as regiões que atende, e estabilidade e ganhos de produtividade da nossa empresa”, acrescenta o executivo.
Como a vida útil dos vagões é estimada em 40 anos, a Rumo deverá ter um ativo para uso por 30 anos após o período de término da locação pela Inpasa. A manutenção dos vagões é de responsabilidade da operadora. Além de representar um passo estratégico comercial, a parceria com a Inpasa vai de encontro aos planos de crescimento da Rumo no mercado de biocombustíveis.
Equipamentos com tecnologia
Os vagões foram desenvolvidos e fabricados pela Greenbrier Maxion, a maior operação ferroviária da América do Sul, em aço com baixa liga estrutural, com alta resistência mecânica e à corrosão atmosférica e com capacidade para 105 mil litros, um aumento de 2 mil litros em relação ao modelo convencional.
Os veículos foram projetados para o carregamento superior e descarregamento inferior, com descarga central, além de serem equipados com o Engate tipo “E” Double Shelf com haste “F”, com operação rotativa inferior, mais robusto e antidesacoplamento, e com válvula sensora de carga.
De acordo com a fabricante, outro grande diferencial dos vagões é o truque tipo Motion Control – Truques Premium, desenvolvido especificamente para as condições operacionais e de via permanente das ferrovias brasileiras, proporcionando, por meio da otimização do comportamento dinâmico do vagão, um aumento significativo da segurança operacional e vida útil dos componentes, além da redução no custo de manutenção.
Para Luis Gustavo Rocha Vilas Boas, diretor executivo de vendas e marketing da Greenbrier Maxion, a aquisição de ativos pelos chamados “usuários finais” tem crescido nos últimos anos.
“É um modelo de negócio novo e que demonstra o interesse das empresas em ampliar o transporte de carga por ferrovias, que, é mais eficiente, seguro, sustentável e econômico”, destaca. Segundo Luis Gustavo, a indústria ferroviária tem tecnologia, capacidade e projetos inovadores para atender esse novo modelo de negócio, alavancando assim o modal ferroviário brasileiro de carga.
Por: Redação