Impulsionada pelo agronegócio, venda de pesados cresce 46%.

De acordo com números da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea), divulgados hoje, 06, as vendas do mercado de pesados (ônibus, caminhões e máquinas agrícolas) cresceram 46% em março, as exportações 19% e a
produção 15%.

No entanto, o cenário dos veículos leves já começam a sentir o impacto da pandemia de coronavírus. Especialmente nas últimas duas semanas de março, a paralisação gradativa do comércio e das fábricas na segunda quinzena resultou em queda de quase 90% nas atividades do setor.

Segundo Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, o mês teve uma mudança drástica em função do novo coronavírus. “Tivemos dois momentos bem distintos em março. Até o começo da segunda quinzena, as vendas estavam em alta, com crescimento de 9% no acumulado do ano, em relação ao ano passado. No entanto, o avanço da pandemia em nosso país foi provocando a interrupção das atividades nas fábricas e nas concessionárias, fazendo com que fechássemos o mês com queda de 8% no acumulado do ano”, explicou.

Abril pode ser pior

Além disso, o dirigente ressalta que o mais preocupante é verificar que as vendas despencaram quase 90% das primeiras semanas para as duas últimas. Assim, projeta um resultado altamente preocupante para abril.

“O momento é de priorizar a saúde da população, e todas as nossas associadas estão dando sua contribuição no combate ao coronavírus, seja reparando respiradores, seja produzindo e doando máscaras, ou mesmo cedendo suas frotas vários para as mais diversas finalidades. Entretanto, também é hora de uma conscientização de todas as esferas do governo, bancos e sociedade. Dessa forma, criar mecanismos que permitam à cadeia automotiva atravessar esse período de retração com a preservação das empresas e dos empregos”, alertou Moraes.

As fabricantes de máquinas agrícolas garantem ter estoque para atender os produtores
rurais, atividade considerada essencial, com ou sem pandemia. Outra atividade que
permanece a pleno vapor é a de assistência técnica e distribuição de peças para as
máquinas, e também para caminhões, de forma que a produção rural e o transporte
não sejam prejudicados neste momento tão delicado do país.