LATAM assina na COP28 acordo para compensar 400 mil toneladas de CO2

LATAM assina na COP28 acordo para compensar 400 mil toneladas de CO2

dezembro 8, 2023 Off Por motoractionbrasil
LATAM
Assinaram o acordo Maria Elisa Curcio, diretora de Assuntos Corporativos, Regulatórios e Sustentabilidade da LATAM Brasil, Lígia Sato, gerente de Sustentabilidade da LATAM Brasil, Fabio Galindo, CEO da Future Carbon e Pedro Plastino, CBO da Future Carbon (Imagem: divulgação LATAM e Future Carbon) (Divulgação)

A LATAM acaba de assinar em Dubai (Emirados Árabes Unidos) um termo de intenção com a Future Carbon para compensar 400 mil toneladas de CO2 com a geração de créditos de carbono que ajudarão a proteger 22 mil hectares dos biomas Amazônia e Cerrado do Brasil nos próximos 10 anos.


A nota enviada à redação do DIÁRIO informa que o acordo foi assinado na COP28, a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em cerimônia exclusiva no The Conduit, uma comunidade global que reúne investidores, empreendedores e lideranças empresariais e da sociedade civil que buscam soluções para gerar um impacto positivo no mundo. Os créditos gerados pela parceria ajudarão a conservar projeto em estágio inicial e exclusivo da LATAM em região sob forte risco de desmatamento e degradação no Mato Grosso.

COMO VAI FUNCIONAR?

Os 22 mil hectares que serão protegidos e conservados pela LATAM estão situados nos municípios de Nova Olímpia, Denise, Reserva do Cabaçal, Salto do Céu e Barra do Bugres, na região de transição entre os biomas da Amazônia (64%) e do Cerrado (36%). A iniciativa tem impacto potencial no clima (armazenamento e sequestro de carbono), na comunidade (destinação de recursos para o fundo socioambiental para promoção de ações em benefício da população local) e na biodiversidade (conservação da fauna e flora local e beneficiamento de produtos da bioeconomia).

“Queremos fazer parte da tomada de decisões e contribuir ativamente com medidas ambientais e socioeconômicas para manter os biomas do Brasil em pé e colaborar com as comunidades presentes”, completou Maria Elisa.

“É muito simbólica essa assinatura. A Future Carbon e a LATAM estão aqui mostrando para o mundo o potencial da Amazônia, da América Latina e como podem transformar vidas a partir de projetos de crédito de carbono. Como empresa brasileira com atuação global a partir de Londres, também ficamos muito felizes em sermos recebidos aqui no The Conduit que agrega essa comunidade com tantos parceiros importantes na agenda climática”, comenta Fabio Galindo, CEO da Future Carbon Group.

A iniciativa anunciada em Dubai representa mais um avanço do grupo LATAM para atingir suas metas de reduzir e/ou compensar o equivalente a 50% das emissões domésticas até 2030 e ser uma companhia carbono neutro até 2050.

ALIANÇA

Desde 2022, a LATAM mantém uma aliança com a Fundação Cataruben no projeto CO2Bio, iniciativa de conservação e restauração de planícies inundadas e florestas na América do Sul. Localizado na Orinoquia colombiana, o projeto prevê capturar 11,3 milhões de toneladas de CO2 até 2030 em uma área de 575 mil hectares, o equivalente a mais de três vezes o tamanho de cidades como Bogotá e São Paulo. O projeto promove e implementa planos de conservação com base em critérios de sustentabilidade e uso histórico da terra, envolvendo a comunidade em ações de proteção, além de estabelecer boas práticas para que possam fazer uso sustentável dos recursos disponíveis neste importante ecossistema.

LATAM na COP28

A LATAM teve uma participação ativa na COP28 junto a entidades governamentais, outros representantes do setor privado e autoridades acadêmicas. A LATAM tem como meta ser uma companhia carbono neutro até 2050 e defende que o Brasil precisa de uma política pública própria para o SAF, para que o uso do combustível sustentável de aviação não torne o transporte aéreo inacessível para a sua população e empresas. Saiba mais sobre a participação da LATAM na COP28 aqui.

OS DESAFIOS DA DESCARBONIZAÇÃO

A estratégia global de sustentabilidade do Grupo LATAM Airlines tem compromissos para promover o desenvolvimento social, ambiental e econômico da América do Sul nos próximos 30 anos de forma colaborativa e baseada no diálogo. Todos os compromissos estão focados nos pilares de Mudanças Climáticas, Economia Circular e Valor Compartilhado, conectados com o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). As quatro principais metas do Grupo LATAM são: eliminar plásticos de uso único até 2023 e ser uma companhia zero resíduos para aterro sanitário até 2027; reduzir ou compensar o equivalente a 50% das emissões domésticas de CO2 até 2030; e ser uma companhia carbono neutro até 2050.

A descarbonização do setor aéreo não é uma tarefa que as companhias aéreas podem realizar sozinhas

Especificamente no pilar de Mudanças Climáticas, a LATAM entende que o SAF (sigla em inglês para Combustível Sustentável de Aviação) tem um enorme potencial para impulsionar a descarbonização da aviação, mas a sua produção em escala para atender às necessidades das companhias aéreas requer um marco regulatório com regras claras e coerentes, segurança jurídica para investimentos, além de incentivos e tributação adequados. Além disso, a descarbonização do setor aéreo não é uma tarefa que as companhias aéreas podem realizar sozinhas e o SAF também não é a única solução a ser buscada. A descarbonização da aviação requer atuação em outras três frentes: a incorporação de novas tecnologias, como frotas mais eficientes ou sistemas que permitam a otimização da operação; mais eficiências operacionais que possibilitem a redução das emissões; e a compensação das emissões.

Nesse sentido, a LATAM tem trabalhado junto à sua cadeia de valor. A empresa tem privilegiado, por exemplo, a aquisição de aeronaves mais eficientes, que consomem de 20% a 25% menos combustível, como o Airbus A320neo e o Boeing 787, e instalou softwares e ferramentas de machine learning que otimizam procedimentos, abastecimento e trajetórias dos aviões. Também começou a testar o uso de veículos elétricos para o atendimento das aeronaves em solo no aeroporto de Confins/Belo Horizonte e apoia a ABEAR (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) e o DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) no redesenho de 75 rotas do Brasil, que ajudou a reduzir em 62 milhões de quilos o consumo de QAV (Querosene de Aviação) e em 196 milhões de quilos as emissões de gás carbônico entre 2020 e o primeiro trimestre de 2023. Ao mesmo tempo, na frente de compensação das emissões, a LATAM está trabalhando para identificar projetos sérios e coerentes de créditos de carbono para apoiar a manutenção de ecossistemas essenciais da América do Sul, por meio do modelo da “floresta em pé”.

Até 2030, o Grupo LATAM quer incorporar até 5% de SAF produzido na América do Sul em suas operações. Por isso, apoia desde agosto de 2023 um estudo realizado pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) em parceria com a Airbus para avaliar os impactos das iniciativas para a descarbonização da aviação na América Latina. O material deve apresentar análises sobre os diferentes cenários para a implantação até 2050 do SAF, além de explorar os caminhos relacionados ao hidrogênio de baixo carbono, captura direta de ar e bioenergia com captura e armazenamento de carbono. Os resultados finais do estudo do MIT devem ser apresentados em abril de 2024.

Por: Redação