Sertões BRB traz disputa de pilotos e máquinas de ponta entre os carros
agosto 25, 2024Atuais campeões Marcelo Gastaldi / Cadu Sachs vão estrear nova máquina, assim como o recordista de vitórias Guiga Spinelli. Lucas Moraes comanda o carro com que disputa o Mundial
Máquinas de última geração; pilotos e navegadores de destaque internacional. Nos carros, a briga pela vitória do Sertões BRB 2024 (23 a 31 de agosto) promete ser mais uma vez espetacular ao longo dos 3.704km de percurso a partir de Brasília, e que levarão os competidores de volta à Capital Federal. Nada menos que oito títulos da modalidade estarão em ação, confirmando o nível técnico elevado da 32ª edição do maior rally das Américas.
Um deles o dos atuais campeões Marcelo Gastaldi e Cadu Sachs, que trocaram de carro para defender a conquista de 2023. Depois de vencerem com o Buggy Century CR6 4×2, desta vez estarão com o Century CR7, projetado e desenvolvido para o regulamento da principal categoria do rally raid, a Ultimate T1+. Com a mesma motorização do antecessor, o modelo construído na África do Sul fez sua estreia no último Dakar e impressiona pelas dimensões. Apesar do pouco tempo de testes, a expectativa é por um ótimo desempenho nas especiais.
Gastaldi e Cadu se mantiveram em ação disputando as etapas do Mundial (W2RC) com um UTV da categoria Challenger. Ao vencer duas etapas do último Dakar, mostraram a força de uma dupla afiada, que surgiu no Sertões BRB 2023 como surpresa, mas agora é obrigatória na lista de candidatos ao alto do pódio.
Afiada também é a parceria entre Lucas Moraes e Kaíque Bentivoglio. Juntos, venceram as edições 2019 e 2022 e, se Lucas atualmente compete no Mundial (na equipe de fábrica da Toyota) ao lado do espanhol Armand Monleon, estão novamente unidos para buscar o tri. O piloto paulista conta exatamente com a GR Hilux T1+ usada no restante da temporada, com as últimas evoluções. No ano passado, um problema mecânico os tirou da disputa, o que só aumenta a motivação para voltar a vencer.
Por falar em vitórias, o recordista delas no Sertões BRB não só está inscrito, como percorre na edição 2024 os primeiros quilômetros de um projeto inédito. Guilherme Spinelli, o Guiga, desenvolveu com sua estrutura (Spinelli Racing) e a Mitsubishi um protótipo Ultimate T1+ totalmente projetado e construído no Brasil. A Triton Ultimate Racing foi pensada para brigar por vitórias nas principais provas da modalidade. Se o discurso é de que a participação desse ano será o primeiro grande passo na evolução do modelo, Guiga e o português Paulo Fiúza têm talento e experiência de sobra para andar na frente.
A novidade no regulamento é a inversão do posicionamento de largada para os primeiros carros, seguindo o que vem sendo feito no Mundial FIA. Anteriormente, após a partida de todas as motos para cada especial, vinham os UTVs e, só então as categorias dos carros. O que podia gerar situações mais difíceis envolvendo as ultrapassagens dos UTVs mais lentos.
A partir deste ano, concluída a saída dos pilotos das duas rodas, partem os carros mais rápidos (com o tempo de até 107% do registrado pelo vencedor da véspera), para então seguirem os UTVs e os demais carros.
Pilotagem e ação social
Mario Magalhães fez da própria experiência inspiração para uma ação social
Perspectiva de equilíbrio também nas demais categorias. Com direito a histórias que vão além da disputa esportiva. Caso do paranaense Mario Magalhães, inscrito na Ultimate BR. Na edição 2021, disputada no Nordeste, ao enfrentar problemas com o carro em uma região isolada, ele contou com a ajuda de moradores para conseguir água e viu que o líquido não contava com qualquer tratamento. À frente da Conasa, especializada em gestão de infra-estrutura, e inspirado pelo episódio, ele liderou a criação de um filtro com componentes simples e de baixo custo para comunidades sem acesso a água tratada.
No ano seguinte, os filtros foram distribuídos para populações ao longo do roteiro do Sertões, o que se repetiu em 2022 e no ano passado. Em 2024, não será diferente. Um total de 250 filtros ConÁgua serão entregues, além da orientação para sua produção pelas próprias comunidades.
Por: Paula Carvalho
Fonte: Imprensa Sertões BRB