Trans Kothe investe em energia solar para reduzir custos do transporte

Trans Kothe investe em energia solar para reduzir custos do transporte

dezembro 13, 2023 Off Por motoractionbrasil

No esforço de reduzir a emissão de carbono na atmosfera, que gera o efeito estufa, a Trans Kothe inova ao instalar painéis solares em parte da frota e nas instalações da empresa

Utilizar a energia solar para poupar a bateria do caminhão e, com isso, reduzir a emissão de gases que geram o efeito estufa na atmosfera provocada pelo motor diesel. Com essa idéia, a Trans Kothe Transportes Rodoviárias, de Jundiaí (SP) foi a grande vencedora do 9º Prêmio de Sustentabilidade do Setcesp, na categoria Responsabilidade Ambiental. O case “Redução da Emissão de Carbono em Rotas de Grande Distância” foi considerado o melhor em sua categoria pelo júri, superando outras 20 iniciativas concorrentes.

Com mais de 50 anos de atuação, a Trans Kothe é uma operadora logística especializada no transporte de longa distância, tanto no Brasil quanto no Mercosul, que conta com uma frota de 1.500 veículos com idade média de até 4 anos. E uma estrutura composta de mais de 35 unidades, 18 armazéns e cerca de 2.600 colaboradores, sendo 1.500 motoristas. As operações incluem toda parte de armazenagem, distribuição, tratamento e beneficiamento de sementes para uso do agronegócio brasileiro.

Paulo Kothe

Paulo Kothe, diretor de Logística da Trans Kothe, conta que o projeto surgiu da necessidade de reduzir o impacto do transporte rodoviário no meio ambiente. A solução encontrada resultou de uma parceria com a empresa Rodosolar, provedora de soluções de energia solar fotovoltaica para uso automotivo. “Junto com nosso parceiro desenvolvemos uma solução patenteada e certificada pelos órgãos brasileiros que visa reduzir a pegada de carbono, durante todo o percurso do veículo e da viagem”.

Segundo Francisco de Oliveira Júnior, coordenador do Controle de Média da empresa, as soluções existentes no mercado – caso dos veículos a gás ou movidos a bateria – esbarram na falta de infraestrutura de carregamento, o que impede seu uso em rotas de longas distâncias. “É aí é que entra a placa solar veicular, que pode ser instalada sobre o teto do implemento ou cavalinho, gerando energia sustentável durante todo o percurso para manter as baterias sempre carregadas” Segundo ele, o equipamento atua na redução da marcha lenta, que é o tempo ocioso que o veículo fica parado consumindo combustível e bateria, enquanto mantém equipamentos em funcionamento como o ar-condicionado, geladeira, resfriador de ar ou outros aparelhos eletroeletrônicos. O mesmo acontece nas partidas do veículo que roubam força da bateria.

Placar solar veicular em detalhe

Etapas do projeto

A implantação do projeto seguiu várias etapas, a começar do levantamento dos dados. Como a quantidade de combustível que o veículo gasta na marcha lenta em uma operação normal e a projeção de redução do consumo. Depois, a empresa agrega os custos com a instalação das placas – cerca de R$ 3.890 por veículo – para apresentação e aprovação da diretoria. A terceira etapa consiste na implantação do projeto e a manutenção do parque solar, feita em conjunto com a Rodosolar.

Mais interessante de tudo é o que o projeto não se restringiu às aplicações veiculares. De olho na economia de energia, a Trans Kothe estendeu o uso das placas solares para as instalações da empresa. Caso da matriz em Jundiaí, além de Balsas no Maranhão, duas no Mato Grosso e outra na filial de Goiânia, em processo de instalação. Hoje, o parque solar abrange mais de 280 veículos, além de todas as unidades e armazéns, totalizando um investimento da ordem de R$ 3,9 milhões. Segundo a empresa, o retorno previsto em torno de três anos.

“Os resultados foram obtidos por meio da tecnologia de telemetria, a partir de equipamento instalado no caminhão, que calcula o tempo do veículo parado e o consumo de combustível. O monitoramento das placas solares prediais, por sua vez, é feito por meio de uma empresa terceirizada, através de um aparelho conversor disponibilizado para consulta”, explica o coordenador do Controle de Média da Trans Kothe.

Dessa forma, a iniciativa atendeu 5 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, pela ordem: Energia Limpa e Acessível (7), Indústria, Inovação e Infraestrutura (9), Cidades e Comunidades Sustentáveis (11), Consumo e Produção Responsáveis (12) e Ação contra a Mudança Global no Clima (13).

Economia em escala

Além da recompensa financeira, a Trans Kothe contabiliza inúmeros outros ganhos com o uso de painéis soltares veiculares e prediais. “Apenas em 2022, deixamos de emitir 1.521 toneladas de CO2, o equivalente ao plantio de 69 mil árvores. A durabilidade das baterias também aumentou 40% e economia de combustível em marcha lenta alcançou a marca de 50% na comparação com um veículo sem placa solar. Sem contar a economia de óleo diesel, calculada em 141 mil litros no período”, calcula Verônica Rufino, engenheira ambiental da Trans Kothe.

Por: Redação