Voos britânicos pousando nas Malvinas preocupa Argentina.
fevereiro 10, 2022O governo brasileiro defendeu as permissões concedidas para escalas em seu território de aviões militares do Reino Unido, que têm como destino as ilhas Malvinas (ou Falklands), o que levou a Argentina a manifestar sua preocupação, formalmente, no final de janeiro.
O Reino Unido insiste em não negociar, por considerar que a soberania lhe pertence e que a população da ilha votou quase 100% a favor de seu pertencimento à Grã-Bretanha em referendo realizado em 2013
Fontes da Secretaria de Comunicação do Ministério das Relações Exteriores brasileiro indicaram, em um e-mail enviado à AFP, que “o Brasil apoia os legítimos direitos da Argentina na disputa da soberania” sobre essas ilhas, Geórgias do Sul e Sandwich do Sul, mas que isso “não afeta as relações com o Reino Unido, importante parceiro do Brasil”.
Depois da Argentina pedir que o governo brasileiro restrinja a concessão de permissões de escalas para aeronaves militares britânicas, o Brasil defendeu a medida.
A representação argentina em Brasília pediu em 31 de janeiro em uma nota oficial que “o governo brasileiro procura restringir a concessão de permissões para aeronaves militares britânicas procedentes das ilhas Malvinas ou com esse destino, apenas para casos estritamente humanitários”.
Na carta, assinada pelo embaixador Daniel Scioli, o governo argentino manifestou sua “surpresa e preocupação” com a passagem pelo Brasil de um total de sete aeronaves militares das forças britânicas em janeiro, que tinham como origem ou destino as ilhas sob domínio inglês e cuja soberania reivindica.A nota não teve resposta uma formal, afirmaram fontes da missão argentina à AFP na terça-feira à noite.
“A posição brasileira de autorização de sobrevoo e pouso de aeronaves militares britânicas na rota das Malvinas pauta-se pelo princípio de não contribuir para a modernização e a ampliação dos meios militares e do potencial bélico do Reino Unido naquele arquipélago”, diz o e-mail do Itamaraty.
Segundo a nota, a aprovação de sobrevoos e pousos no mês passado de voos britânicos na rota para Malvinas foi tomada com base em critérios estabelecidos como “situações de emergência, missões de busca e salvamento e por motivos sanitários ou humanitários”.
Para a Argentina, os voos cujas escalas foram autorizadas pelo seu sócio “representam uma manifestação adicional da ilegítima presença militar do Reino Unido no Atlântico Sul”, classificada pelos membros do Mercosul e associados (entre eles Brasil), como contrária à política “de apego à busca de uma solução pacífica para a disputa de soberania”, afirmou a carta.