Trilha, batuques e meditação no Portal de Hércules.
fevereiro 14, 2022“Quando se sobe uma montanha o coração pode imitar a bateria de uma escola de samba. Se lá em cima a vista for espetacular e você se emocionar, então sua escola de samba foi campeã”.
O primeiro dia de caminhada no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) serviu de cara para me dar uma lição: se quer enfrentar uma montanha venha preparado não só com equipamentos, mas com o coração porque irá se emocionar. Uma montanha e uma vista bonita servem para congelar na memória e fixar na retina para sempre aquelas paisagens magníficas que só avistamos quando estamos sentados, da janela do avião. Na montanha as paisagens são fixas.
É evidente que um coração forte é importante, mas é fundamental também um calçado com cano longo para proteger o tornozelo, um bastão para apoiar, equilibrar e diminuir o impacto do peso do corpo, cantis com tamanhos suficientes para o armazenamento de água e alimentos próprios para suprir o desgaste físico, itens indispensáveis do bom trilheiro. Sem falar no protetor solar e, em alguns casos, um repelente para afugentar os borrachudos e mutucas.
Cachoeira e Caverna do Getúlio
Começamos nossa caminhada por Petrópolis e o planejado era seguir uma hora e meia até a Cachoeira Véu de Noiva e de lá, mais seis horas e meia para o abrigo do Açu, um dos corações da Serra dos Órgãos. Esse tempo e essas distâncias quando lidos, falados e ouvidos são inofensivos. No entanto, na serra do mar as forças titânicas da natureza esculpiram precipícios e grotas, vales e espinhaços que são um deleite para iniciados e praticantes de montanhismo. O informativo da agência Carioca Adventure alertava, claramente: nível da caminhada Pesado.