Produção de carros no mundo pode parar por falta de magnésio.

Produção de carros no mundo pode parar por falta de magnésio.

outubro 26, 2021 Off Por motoractionbrasil

Fábricas em todo o mundo podem parar por falta de material essencial para a produção de alumínio.

VW Novo Polo - Produção São Bernardo do Campo (SP)

A crise de semicondutores é um dos maiores problemas que a indústria automobilística mundial já enfrentou nas últimas décadas que culminou na paralisação de diversas fábricas pelo mundo. Mas outra questão que vai além dos chips eletrônicos pode piorar este cenário: a falta de magnésio, mineral que é de suma importância para a produção de veículos e que pode causar o fechamento de fábricas em todo o mundo.

Como a falta de semicondutores, a escassez de magnésio pode atrapalhar (e muito) a produção de automóveis ao redor do mundo. Isso porque, segundo o Financial Times, a extração de magnésio está comprometida devido uma crise de energia na China, país responsável por nada menos que 85% do fornecimento mundial do mineral. Mas você deve estar se perguntando: por que o magnésio é tão importante? O mineral é essencial para a produção de ligas de alumínio, ou seja, sem magnésio, não há existe chapas de alumínio, tão essenciais para a indústria automobilística.Fábrica de Gravataí - 4 milhões de unidades

As ligas de alumínio dão forma a diversas partes de um carro como rodas de liga-leve, freios, eixos, painéis de carroceria, tanques de combustível, componentes de suspensão, blocos de motores, travessas e até mesmo estruturas do monobloco – este último basicamente a plataforma de um veículo. Isso significa que sem magnésio, não é possível produzir ligas de alumínio, ou seja, a produção mundial de veículos poderá parar com a falta do mineral – elemento químico essencial para a produção do alumínio usado na indústria automobilística, principalmente o de alta resistência.

“Não há substitutos para o magnésio na produção de chapas e tarugos de alumínio”, disse o analista da Barclays, Amos Fletcher, em um relatório. “Trinta e cinco por cento da demanda de magnésio é de chapas automotivas – então, se o fornecimento de magnésio parar, toda a indústria automotiva será potencialmente forçada a parar”.

Vale destaque além de concentrar boa parte do fornecimento mundial de magnésio, a China também concentra a extração desse mineral na cidade de Yulin. Mas devido à crise energética enfrentada pelo país, o governo local ordenou que 35 de suas 50 fábricas de fundição de magnésio fechassem até o final de 2021. Esses complexos fabris consomem bastante energia em sua operação e, por isso, o governo tomou tal medida para que não faltasse energia para o consumo residencial da região. Já as fábricas que permanecerem em operações tiveram que cortar sua produção pela metade para atingir as metas de consumo de energia.Fábrica Renault - São José dos Pinhais (PR)

A Europa é um dos continentes bastante dependentes do magnésio da China e já sofre com a redução da produção do grande país asiático. No velho continente, as reservas de magnésio devem se esgotar até o final de novembro. Por fim, a baixa produção do mineral na China deve acabar reduzindo drasticamente os estoques de magnésio, que é difícil de armazenar, pois ele começa a oxidar depois de apenas três meses.

Pelo jeito, a crise na produção mundial de veículos deve continuar sendo afetada não somente devido à escassez de semicondutores, como também pela falta de magnésio. Por aqui, a indústria automotiva brasileira mal começou a ensaiar uma recuperação e deve enfrentar em breve mais uma crise de desabastecimento, mas dessa vez por falta de um material básico para a produção de um carro.

Fonte: Financial Times